ELIZABETHTOWN
Orlando Bloom. Parece uma personagem do Ulisses. Participou em épicos. Tem uma carinha laroca. Dizem que é actor. Mentem. Quem diz que o Brad Pitt é mau actor devia ver este filme. Orlando Bloom consegue não ter graça. Consegue esforçar-se muito, "sentir" a personagem, ficar realmente triste quando a personagem fica triste e, no entanto, é quase intolerável vê-lo a tentar ter piada. As cenas de humor são angustiantes para o espectador. O filme, pois, o filme tem os seus momentos. Tem momentos que se comem. Tem até alguns que sabem bem, mas tem momentos de sentimentalismo extremo, como se o argumento tivesse sido escrito por gente de lacinhos na cabeça num quarto cor de rosa com a banda sonora dos ursinhos carinhosos. Pretende ser uma meditação sobre a vida a morte e o amor. Torna-se num conjunto de clichets sobre a vida a morte e o amor. O que significa que tem algumas verdades, claro. Começa com "o trabalho excessivo afasta-nos de quem amamos", continua com " a vida nas grandes cidades é alienante", prossegue para coisas do género "o regresso às raizes é sempre regenerante", "a morte ensina-nos a viver" e antes do fim há uma cena em que, ao som de música dos anos 70 se vê, nas vastas estradas americanas, um condutor estender a mão para fora do carro e espalhar as cinzas dum familiar amado. The horror, the horror...
naturalmente, o filme será do agrado de muita gente
naturalmente, o filme será do agrado de muita gente
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